“Perdi R$ 1 milhão no day trade”. Conheça esta história!
Imagine construir uma fortuna de R$ 1 milhão ao longo de anos, apenas para perdê-la em um instante no day trade.
Essa é a história de Alex Martins, analista CNPI da Fenix Traders, que compartilhou abertamente sua experiência de perda de dinheiro com seus seguidores no Twitter.
Infelizmente, o relato de Martins não é único. Um estudo encomendado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e realizado pela FGV revelou que 97% dos investidores que se aventuraram no day trade entre 2012 e 2017 tiveram prejuízos significativos. Ainda mais surpreendente é o fato de que a maioria dos traders desistiu em menos de um ano.
Descubra as estatísticas alarmantes e os desafios enfrentados por aqueles que optam por essa modalidade de investimento, e questione se o day trade é realmente a escolha certa para alcançar seus objetivos financeiros.
O que é day trade?
Antes de continuar a história vamos explicar o que é day trade.
Day trade é uma estratégia de negociação no mercado financeiro em que o investidor realiza operações de compra e venda de ativos no mesmo dia. O objetivo é lucrar com as variações de curto prazo nos preços dos ativos, aproveitando as oportunidades que surgem ao longo do dia.
Os ativos mais comumente negociados no day trade são ações, opções, futuros, moedas e commodities. Os traders que praticam o day trade buscam identificar padrões gráficos, indicadores técnicos e eventos de mercado que possam influenciar os preços em um curto período de tempo, geralmente minutos ou horas.
A história começou assim…
Alex Martins, um experiente operador no mercado financeiro, compartilha sua jornada no mundo do day trade.
Ele iniciou suas operações nos anos 2000. O day trade parecia ser a opção mais viável na época, especialmente por permitir operações com valores menores e evitar custos adicionais ao manter posições de um dia para o outro.
Naquela época, não havia sistemas automáticos de zeragem, o que significava que o investidor precisava estar atento para fechar suas posições a tempo.
Alex entrou no day trade devido a possibilidade do imediatismo dos resultados. Operar com minidólar e mini-índice oferecia a oportunidade de obter retornos financeiros mais rápidos.
O dia D
No ano de 2010, um evento inusitado abalou o mercado financeiro e afetou diretamente a trajetória de Alex Martins. Naquele fatídico 6 de maio de 2010, conhecido como o dia do Flash Crash, o mercado presenciou uma movimentação caótica e imprevisível.
Um erro cometido por um operador desencadeou uma reação em cadeia, resultando em uma brusca queda e recuperação no mercado de ações dos Estados Unidos. Estima-se que cerca de US$ 1 trilhão tenha sido perdido e recuperado rapidamente. A ausência de informações claras sobre o ocorrido gerou especulações e incertezas entre os investidores.
Martins relembra que, naquele momento, ele e outros operadores cogitaram até mesmo a possibilidade de um atentado terrorista. A falta de clareza aliada à influência dos robôs de Negociação de Alta Frequência (HFT) criou um efeito manada, exacerbando ainda mais a situação.
O dólar apresentou uma valorização de 6% nesse dia, levando Martins a refletir sobre suas perspectivas e visão do mercado. Embora ele soubesse que eventos imprevisíveis poderiam ocorrer, nunca imaginou que um único erro de um operador pudesse ter um impacto tão significativo em tantos investidores.
As investigações subsequentes revelaram que o responsável pelo Flash Crash foi Navinder Sarao, um operador autodidata baseado em Londres, Reino Unido. Sarao acumulou uma pequena fortuna lançando ordens milionárias e cancelando-as rapidamente, com o objetivo de enganar os robôs de Negociação de Alta Frequência, criando uma demanda artificial.
Sarao foi preso e condenado pelos seus crimes, mas a contribuição exata de suas negociações para o Flash Crash de 2010 ainda permanece incerta. Esse episódio marcante serviu como um alerta sobre a imprevisibilidade e os riscos inerentes ao mercado financeiro, levando Martins a repensar sua abordagem e estratégia de investimento.
Lições Valiosas que Custaram R$ 1 Milhão
Após vivenciar as consequências de suas experiências no day trade, Alex Martins aproveitou a oportunidade para refletir e extrair várias lições. Atualmente, além de investidor, ele se tornou um educador e analista de investimentos certificado pelo CNPI.
Uma das principais lições aprendidas ao custo de R$ 1 milhão é uma verdade clássica: o mercado é sempre soberano. Martins destaca que nem sempre as previsões e expectativas correspondem à realidade. Ele percebeu que, para aqueles que não possuem um conhecimento aprofundado sobre os ativos em que estão operando, as chances de cometer erros e ter menos acertos são maiores.
Além do impacto financeiro, Martins reconhece que o day trade teve uma influência negativa ao torná-lo excessivamente imediatista. Essa prática, devido à facilidade de visualizar rapidamente o dinheiro na conta, é característica desse tipo de operação.
De acordo com Martins, o maior problema do imediatismo é que ele se manifesta em outros aspectos da vida pessoal. Essa mentalidade pode levar a um desejo de que tudo seja resolvido rapidamente, desde querer o jantar pronto assim que chegar em casa até pressionar a família para se apressar em momentos de lazer. Esses padrões começam a se enraizar e afetar a qualidade de vida de uma pessoa.
Outro ponto destacado pelo analista é a dificuldade em se desconectar do trabalho, resultando na perda de momentos importantes de descanso e lazer com amigos e familiares. Antes, apenas era possível acompanhar as flutuações do mercado por meio do celular, mas atualmente é possível operar como se estivesse na frente de um computador de qualquer lugar do mundo.
A facilidade em trabalhar mesmo estando distante, como durante uma viagem em família, é uma tentação. Quando uma operação tem sucesso durante um momento de lazer, parece ser o melhor cenário possível. No entanto, quando as coisas dão errado, o ambiente muda completamente, afetando não apenas a pessoa, mas também aqueles ao seu redor, o que pode arruinar momentos de convívio familiar.
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Conclusão
Em conclusão, a história de Alex Martins e as estatísticas mencionadas destacam os riscos e desafios enfrentados por aqueles que optam por operar no mercado financeiro através do day trade.
Embora haja relatos de indivíduos que obtiveram sucesso nessa modalidade, é importante reconhecer que a grande maioria dos investidores especulativos enfrenta dificuldades e perdas significativas.
As lições aprendidas por Martins, como a importância do conhecimento dos ativos, a armadilha do imediatismo e a dificuldade de se desconectar do trabalho, fornecem insights valiosos para quem considera embarcar nessa jornada arriscada.
O Investidor Top não recomenda o day trade como estratégia de investimento.
Diante desses desafios, é recomendável buscar orientação e suporte de profissionais qualificados. Procurar uma consultoria de investimentos pode oferecer tranquilidade e segurança ao tomar decisões de investimento, pois especialistas nessa área possuem conhecimento aprofundado do mercado e podem ajudar a desenvolver estratégias personalizadas de acordo com os objetivos e o perfil de cada investidor.
Se você entrou para o daytrade e perdeu dinheiro, conte sua história nos comentários. Obrigado!
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